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Uma história que irá remexer com suas emoções, te fazer rir e até rever algumas de suas convicções! 

pela metade - degustação

Não se perdoava e chorava a dor de aos dezesseis anos perder o grande amor de sua vida e agora teria que decidir seu futuro longe dela e da família que o acolhera e que havia traído. Não. Não havia o que decidir. Teria que sair daquela casa, da cidade e da vida de sua amada. “E se nunca mais voltasse a vê-la? Não posso desistir assim! ” – Pensou ele, deixando que um filme passasse por sua cabeça, lembrando de toda sua história.
Jamais imaginaria que aquele jovem sem quaisquer atrativos físicos: com aproximadamente um metro e sessenta, gordo, negro, dentes salientes, com cada um de seus pés apontando para um lado, olhos enormes e esbugalhados escondidos em um par óculos de grau com lentes arredondadas que deixavam seu rosto ainda mais esbulachado, nascido numa cidade do sertão da Bahia de nome Itacarambó, filho de pai desconhecido e de dona Maria Eufrásia da Silva, que não se iludia com o futuro e cedo se acostumara aos infortúnios da vida; pudesse de uma só vez encontrar e atirar a sorte fora.
Sua mãe trabalhava nas plantações de Umbuzeiro e desde os sete anos de idade, caminhava sob o sol quente por horas com ela para buscar o sustento, porém, Xonxo que tinha como nome de batismo Andrew da Silva, tinha algumas qualidades raras: um grande coração, um pênis de trinta e seis centímetros que provocava admiração por parte de alguns, preconceito de outros, gozações e muitas incertezas até aprender a utilizá-lo com rara maestria. Era um mestre na arte de amar e de se meter em confusão! Aos quinze anos fora convidado para a festa de debutante da filha do vereador Geraldo Clóvis, dono da maior plantação da cidade.
O convite partira da mulher dele, a jovem, bela e fogosa Mariana, dez anos mais nova que o marido e que há muito observava os dotes do garoto. Xonxo estava radiante só de imaginar a festa, uma vez que nunca fora convidado para qualquer evento, a não ser a missa aos domingos, mas, havia um problema: ele não tinha roupa adequada para a ocasião e de pronto agradeceu o convite, rejeitando-o em seguida, explicando a situação, porém, a patroa gostava muito do menino e encontrou a solução: emprestaria uma das muitas roupas de seu filho Gustavo de dezesseis anos a Xonxo, que por certo ele não se incomodaria. Dona Eufrásia tentou de todas as formas dissuadir a mulher da ideia, mas, já estava decidido.
No sábado, às dezenove horas, Xonxo se transformaria novamente em Andrew e com as vestes emprestadas, um pouco de colônia barata e olhos brilhantes de tanta felicidade, seguia explodindo seu sorriso e os testículos na calça apertada. A festa aconteceu na fazenda, num enorme salão e todos os cidadãos de bem, estavam lá e no meio deles o único desfavorecido, era Andrew, uma vez que por razões óbvias, a mãe dele não estava presente. No começo ele estava animado, depois tímido e por fim, recolhido num canto, sentado, apenas olhando as pessoas se divertirem até que dona Mariana vestida elegantemente num longo púrpura aproximou-se dele e perguntou:
— Está tudo bem, Xonxo?
— Está sim senhora. — Respondeu ele encabulado.
— E porque você não está com os outros garotos se divertindo, dançando ou brincando?
— Nada não! – Balbuciou timidamente.
— Onde está o Gu?
Ele deu de ombros e baixou a cabeça. 
— Fique aqui! Volto logo! – Ordenou a mulher
Depois de uns dez minutos ela retornava com um copo de refrigerante, o filho e duas meninas e disse:
— Vocês vão tomar conta do Xonxo e brinquem com ele, viu? – Incentivou Mariana, dirigindo-se ao trio.
Todos assentiram com as cabeças e uma das meninas se aproximou dele e perguntou:
— Qual seu nome?
— Xonxo. — Respondeu prontamente.
A gargalhada foi geral e a outra menina perguntou:
— Este é mesmo seu nome ou é apelido?
— Todos aqui me conhecem assim, mas, meu nome é Andrew. – Apresentou-se ele novamente.
— Olá, Andrew! Meu nome é Sara.
A outra emendou:
— O meu é Rafaela.
Aos poucos Xonxo foi se enturmando, se entrosando e perdendo a vergonha, sempre sob os olhares atentos de Mariana. Todos dançavam, conversavam, bebiam e se divertiam muito até que chegou a hora da valsa da debutante. Para ele tudo era novidade e muito mágico! Ficou encantado quando viu Pietra naquele lindo vestido branco, rodando e bailando com o pai no salão e num dado momento exclamou:
— Ela parece uma princesa! — Mariana sempre atenta chegou-se perto dele sorrindo e disse:
— Ela não está linda, Xonxo?
O menino ainda embasbacado apenas consentiu com um menear de cabeça, absorto nos movimentos do casal no salão. As pessoas riam, comentavam e quando acabou a valsa da debutante todos foram dançar, menos ele. Gustavo dançava com Rafaela, Sara com outro menino e ele só acordou quando ouviu a voz atrás de si:
— Você não vai dançar, Xonxo?
— Eu não sei. — Disse ele, baixando os olhos.
— Não sabia! Vou te transformar no maior dançarino desta noite, vamos! 
A mulher puxou-o pela mão, conduzindo até o salão, passando a orientá-lo:
— Ponha uma mão em minha cintura e a outra aqui. Agora me acompanhe, vamos. Um, dois! Um, dois! Para um lado e para o outro! Vamos você consegue!
De fato, ele estava indo muito bem e aí começaram os problemas dele. A mulher sentiu um volume enorme em sua perna e sussurrou: 
— Meu Deus! O que é isto? — Sorriu olhando para o menino, que só não ficou rubro de vergonha por causa da alta taxa de melanina. Mariana era uma mulher esperta e aquela poderia ser uma oportunidade e tanta, logo socorreu-o:
— Não fique assim! Isto é normal! Prometo que não vou contar a ninguém. Será nosso segredo, ok?
Mais uma vez ele apenas balançou a cabeça afirmativamente e continuaram até que a música acabasse.
— Viu como é fácil? Já está pronto para dançar com as garotas de sua idade, mas, cuidado para não as assustar com essa ferramenta aí. — Disse ela sorrindo.
Tão logo começou outra música lenta, Sara veio tirar-lhe para dançar e ficou encantada com aquela cobra cutucando-lhe, depois vieram a Rafaela, a Andréia e finalmente chegou a vez da Pietra. Os olhos do moleque faiscavam! Iria dançar com uma princesa! O coração disparou, as pernas tremeram e o mastro chacoalhou! Pegou a princesa firmemente pela cintura e a trouxe para perto de si, sentindo seu perfume inebriando sua alma, petrificando seu olhar, seus sentidos e o pequeno membro que já atingira vinte centímetros. A menina assustou-se de cara e olhou para ele que parecia estar em transe. Tentou desgarrar-se, mas, sentia aquela coisa dura cutucando, incomodando, expulsando, atraindo, instigando e aos poucos foi se sentindo envolvida, confortável e seu pai chegou puxando-a dos braços do moleque perguntando:
— O que você pensa que está fazendo filha?
— Dançando pai! – Respondeu a menina, quase inocentemente.
— Desse jeito? E o que esse moleque tem nessa calça? – Vociferou o pai.
Neste momento, a festa parou e todos olhavam a cena que se iniciava. O senhor Geraldo Clóvis agarrou Xonxo pelas calças e levantou, às pessoas correram para acudir o pobre rapaz. Um puxa de um lado, outro do outro e a calça emprestada não resistiu deixando a mostra o que ele não gostaria de revelar, o que alguns ansiavam ver e o que o pai da menina queria cortar. Foi um furdunço daqueles e em meio a confusão Mariana conseguiu retirar o garoto e mandá-lo para casa com o motorista, escondido e em segurança. O vereador estava enfurecido, a filha encantada e Mariana planejando como iria contornar a situação.

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